quinta-feira, 10 de maio de 2018

INDUSTRIA CULTURAL E MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA


As relações entre cultura de massa, indústria cultural e meios de comunicação de massa parecem indicar uma coisa só, mas apresentam fundamentos distintos na estratégia de consolidação da ideologia capitalista. A cultura erudita é produzida pela classe dominante (elite), a cultura popular é produzida pelas classes populares, que se refere a tradição, o folclore e a religião. A cultura de massa é produzido para as massas. Ela é gerada no interior da indústria cultural, no conjunto de empresas vinculadas à classe dominante (elite) que tem como função “produzir” cultura para a massa (classe trabalhadora/popular) em forma de objeto de consumo.

Isso acontece pela massificação de saberes e padrões de comportamento que interessam às classes dominantes, para que sejam adotadas como referência pelas classes dominadas. Por meio de inúmeros produtos (novelas, filmes, livros, shows, programas de TV, revista, música, etc), há uma divulgação de elementos culturais que tem como ideia inicial a consolidação de valores e comportamentos que reforçam a ordem social capitalista. Para isso, esses produtos incentivam o consumo, a padronização dos gostos, em um processo em que prevalece a busca pelo lucro.

Os meios de comunicação de massa (televisão, rádio, cinema, jornais, etc), que são os principais veículos de divulgação da cultura de massa. São responsáveis por transmitir as ideais das classes dominantes para o conjunto de pessoa, por exemplo o jovem, como forma de controle hegemônico sobre as classes dominadas. Por exemplo, quando um programa jornalístico de uma emissora de televisão apresenta uma notícia, o modo como são narrados os fatos ou apresentadas as entrevistas não é neutro. Procura – se construir determinado olhar sobre a realidade que representa a visão dos donos do veículo de comunicação em que a informação está sendo divulgada. Atualmente, o principal modo de obter informação é por meio da televisão, assim sendo, é o veículo essencial para a difusão da cultura e da ideologia dominantes.

Esta relação de cultura e poder (controle social), levou Theodor Adorno e Max Horkheimer (1985 – 1973) criarem, em 1940, o conceito de indústria cultural. Esse conceito foi elaborado para designar o modo como se produz “cultura”, com base na padronização verificada em qualquer outra produção industrial. Com a Revolução Industrial foi possível fabricar em grande escala produtos padronizados, para a sociedade de consumo. Assim, as empresas responsáveis pela produção de bens culturais como mercadoria fazem parte da indústria cultural. A produção da cultura passou a ter como principal finalidade o lucro. A arte deixa de exercer sua autonomia de criticar a sociedade para tornar – se produtos mais rentáveis e aceito pelos consumidores.

A cultura de massa, como produto da indústria cultural, se sustenta oferecendo divertimento e produzindo conformismo. A diversão propiciada pelos produtos da indústria cultural, muitas vezes mascara os conflitos existentes na sociedade. O conformismo refere – se a aceitação da realidade social, como mostrada pelos meios de comunicação, que não lhe fazem nenhuma crítica. O divertimento e o entretenimento reforçam a naturalização das situações de opressão e desigualdades apresentadas nos filmes, nas telenovelas e nas séries de televisão.

Esse processo de naturalização e conformismo produz a alienação das massas. Funciona como mecanismo de controle social, pois neutraliza a possibilidade de o indivíduo entender e criticar os padrões de relações sociais aos quais está submetido. Assim, a ideologia dominante transmitida por esses produtos culturais permite a reprodução das relações de dominação na sociedade.

O filme “À procura da felicidade” (2006) reforça a ideia de que o indivíduo tem total controle sobre sua vida. Basta que ele trabalhe muito para que no final seja recompensado. Essa ideologia de “se quiser, você consegue” ignora a influência das estruturas sociais na vida das pessoas, dificultando o surgimento de um olhar crítico sobre a sociedade.

Durante sua leitura, teve alguma palavra que você não entendeu? Sim? Não? Pesquise seus conceitos e significados no dicionário da biblioteca da escola e anote no seu caderno. Poderá facilitar o entendimento sobre o texto e ampliar seu conhecimento. Buscar outras referências também é muito importante. Por exemplo, livro de Sociologia, de Nelson Dacio Tomazi, da editora Saraiva.

SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. Editora Moderna: São Paulo, 2013, 81 a 83 p.

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